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sexta-feira, 13 de julho de 2012

Glam Rock e seu legado na moda


O rock é marcado por fases que mudaram não só a história da música, mas da moda e da sociedade. Ali entre os Beatles, a febre do punk rock e a cultura hippie do Flower Power, surge um movimento pequeno, que verdade seja dita, influenciou bem mais do que produziu. O Glam Rock mudou a história do show business, criou novos estilos musicais e um novo gênero sexual na cara da sociedade.

O movimento surgiu na Inglaterra no final dos anos 60, pra ser mais exata, em 1967 com a formação da banda T-Rex, liderada pelo vocalista Marc Bolan pertencente ao movimento mod que nesse período já tinha perdido suas forças. Foi quando ele resolveu adotar um visual de brilhos, cores fortes, plumas, maquiagem e cabelos armados e longos. Também usou cartola muito, mas muito antes de Slash (do Guns n’ Roses). Em 1970 o glam rock já tinha criado suas raízes. Marc Bolan se tornou o maior ídolo do rock’n’roll inglês e os jovens começaram a copiar seu visual espalhafatoso. O mundo nunca tinha visto nada igual. Esse era o início de um novo movimento, o início também do que viriamos a conhecer como androginia (os sem genêro).


Enquanto isso, outro cantor, também inglês e ex-mod, conhecido de Marc que havia obtido um sucesso quase relevante na década de 60, quase caía no esquecimento. O nome dele era David Bowie e ele estava prestes a ser salvo pelo seus quase’s. Bowie era obstinado pela fama e em 1970 começa sua jornada pelo universo que o consagrou, o Glam Rock. Ele formou a banda The Hype, e lançou seu terceiro disco - “The Man Who Sold the World” (sim, daquela música que o Nirvana gravou) onde aparece na capa com cabelos longos e um vestido azul. Em 1972, já com o fim do The Hype, lançou o disco The Rise and Fall of Ziggy Stardust and the Spiders from Mars. Starman, primeira música divulgada do álbum, fez com que o Reino Unido focasse todos seus olhos em Bowie. O disco era a bíblia do Glam Rock — brilho, saltos plataformas, metalizados, maquiagem, cabelos coloridos, glitter, geometria e androginia. O clima é futurista, mas vem de outros planetas.

Nos shows, Bowie contava a história do marciano Ziggy, num clima quase teatral. Foi assim que o mundo conheceu os grandes espetáculos, onde os artistas usam e abusam de efeitos especiais, luzes, troca de roupa e elementos de palco. Nada disso existiria sem o Glam Rock.



Sim, minha gente. Não existiria os grandes shows do U2 ou Madonna, muito menos Lady Gaga.

Depois do T-Rex e Bowie, o Glam ganhou o mundo. Surgiram bandas como Roxy Music, a americana New York Dolls e no Brasil, o grande ícone do Glam – Secos & Molhados do então vocalista, Ney Matogrosso. Em 1973 Marc Bolan morre em um acidente de carro, e no mesmo ano, Bowie interpreta a morte definitiva de Ziggy em um show. O movimento que estourou em 1970, já estava bem morno em 1975.

O seu legado, porém, é fortíssimo até hoje. Ainda nos anos 70, influenciou o surgimento do Hard Glam, e o mundo pode conhecer o Kiss. E nos anos 80 surge mais um filho do Glam Rock, o Glam Metal (ou metal farofa) com bandas como Poison e Mötley Crüe. Na década de 90, é lançado o filme Velvet Goldmine, musical inspirado no Glam rock. Nos dias de hoje, é visível a influência em bandas como Scissor Sisters, Marilyn Manson, Lady Gaga e Ke$ha.

No mundo da moda é impossível contabilizar quantas vezes o Glam Rock influenciou tendências — das roupas e makes exageradas dos anos 80 às plataformas dos anos 90. Para as próximas temporadas de inverno 2012 e verão 2013 (!) o estilo futurista, metalizado e gráfico do personagem criado por Bowie tem feito presença em coleções como da Balmain e Paco Rabbane. Além de já ter chegado nas ruas.


Mesmo que fulgaz, o Glam Rock mudou a música e o mundo para sempre.

Postado originalmente no blog: Modices.com

Em comemoração ao Dia Mundial do Rock

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